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Maria Rita Quemello

A importância do Turismo acessível para pessoas autistas


Autismo não está na moda, o aumento da prevalência se dá principalmente pelo aumento de diagnóstico. O diagnóstico de autismo é clínico, precisa ser feito por médicos especialistas, hoje em 2022, nós temos muito mais médicos e profissionais especializados, para fazer este diagnóstico, do que há, 5, 10, 15 anos atrás.


O diagnóstico no Brasil ainda é tardio, crianças são diagnosticadas no Brasil, por volta de 4 a 7 anos de idade, ainda temos um atraso muito grande no diagnóstico, sendo assim, esta prevalência ainda vai continuar aumentando, ano que vem teremos mais e mais autistas. 1 em cada 44* crianças está dentro do Transtorno do Espectro Autista. (TEA) conforme publicado pelo CDC (Controle de Doenças e Prevenções dos EUA) em dezembro de 2021, tendo com um aumento de 22% em relação a 2020. Trazendo esta prevalência para o Brasil, estima-se mais de 4,83 milhões de pessoas com TEA, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros com autismo ainda encontram dificuldade para conseguir tratamento adequado, diagnóstico precoce, fazer valer os seus direitos e principalmente lugares preparados para bem atendê-los.

Com o aumento de pessoas diagnosticadas com autismo, serviços inclusivos para pessoas com deficiência, diversidade é o segmento que mais cresce. Com esse mercado carente, os estabelecimentos precisam capacitar sua equipe para garantir com confiança que cada família desfrute de uma experiência segura, divertida e confortável, adaptada às suas necessidades específicas.


A acessibilidade para o autismo é informação, não precisa de rampa, piso tátil... As empresas precisam tirar as barreiras atitudinais e capacitar a equipe para começar a inclusão. Muito se fala em acessibilidade para pessoas com deficiência, e hoje, muitos estabelecimentos já possuem acessibilidade para a maioria das deficiências físicas: elevadores, sanitários acessíveis, rampas, piso tátil. Antes de construir os estabelecimentos, eles são obrigados a seguir as normas da ABNT, mas não podemos limitar a acessibilidade apenas a construção de rampas para cadeirantes.


Além de ser um estabelecimento acessível, tirando as barreiras arquitetônicas, é necessário também tirar as barreiras atitudinais, tendo pessoas habilitadas a se comunicar, lidar, atender, além de disponibilizar material turístico acessível e treinar colaboradores para atender bem a todos. É muito importante ter em mente que as pessoas com deficiência têm o direito de estar nos mesmos locais em que todas as pessoas sem deficiência. Se lazer, saúde, educação, é um direito de todos, ninguém deveria ser excluído de qualquer atividade, destino ou serviço. Os estabelecimentos deveriam facilitar o acesso de todos ao lazer com qualidade, conforto, segurança e com toda a beleza e excelência que pode oferecer. Realizar medidas de adequação e capacitação de destinos, atrações turísticas, parques, hotéis, estabelecimentos, trazem um enorme ganho social. Essa troca, interação e inclusão das pessoas com deficiência promovem mais qualidade de vida e oportunidades iguais que é direito de todos.


O Turismo acessível, além de promover a inclusão, é uma ótima oportunidade econômica. Estima-se que no Brasil, 17% da população tenha algum tipo de deficiência, isso seria mais de 32 milhões* de pessoas, muitas, desses milhões, poderiam consumir mais serviços e produtos relacionados ao Turismo e lazer.


É muito comum ouvir de estabelecimentos sobre a pouca demanda de pessoas com deficiência no turismo, mas é preciso estar preparado e capacitado para que a demanda aumente, não dá para construir a rampa na hora em que uma pessoa com deficiência chegar, não existe inclusão sem capacitação.



Fonte: Site Panrotas

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